Prof. Clóvis Jucá e mestrando Tiago Farias aprovam trabalho no 16º Seminário de História da Cidade e do Urbanismo
Data da publicação: 3 de fevereiro de 2021 Categoria: EventosRESUMO
Na primeira metade do século XX, a cidade de Fortaleza, Ceará, passou por lento processo de substituição da linguagem arquitetônica eclética por uma arquitetura com linhas modernizantes mais racionalistas, ou por vezes, neocoloniais. Tais mudanças podem ser evidenciadas na arquitetura dos clubes sociais, reunindo em torno do lazer privado a elite econômica e política fortalezense. Enquanto lugar de divertimento da elite local, tais clubes manifestam, no espaço citadino uma forma de afastamento dos setores mais abastados, dos problemas sociais, decorrentes do adensamento demográfico, da industrialização e desenvolvimento comercial nas áreas centrais da capital cearense. Tais estabelecimentos foram construídos em zonas de expansão urbana, quando seu litoral passa a ser valorizado como opção de lazer para as elites. Sylvio Jaguaribe Ekman, engenheiro-arquiteto paulistano, teve importante contribuição na transformação da paisagem urbana de Fortaleza. Nas décadas de 1930 e 1940, projetou e construiu quatro destes clubes na cidade: Country Club, Jangada Clube, Ideal Clube e Maguary Sport Club. Este artigo tem por objetivo, caracterizar como este ideal de modernidade das elites, se manifestava na arquitetura nestes quatro clubes sociais, ao mesmo tempo que simbolizavam espaços de segregação socioespacial. Utilizou-se para tal, de revisão bibliográfica, pesquisa em documentos oficiais, fotografias, jornais e revistas de época, e coleta de dados em campo. Os resultados obtidos identificam uma preferência pelo uso de referências estrangeiras nos projetos destes clubes sociais, adaptadas aos condicionantes locais de Fortaleza-CE, fruto de processos de transculturação.